O ano era 1987 e a mineira Maria Tereza Rodrigues de Oliveira Vidal, trabalhando havia três anos na Caixa, teve a oportunidade de participar juntamente com colegas de várias partes do país da primeira edição dos Jogos da Fenae, realizada em Belo Horizonte (MG). O esporte entrou cedo na vida da bancária, que aos oito anos já participava de competições de natação, e o evento promovido pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), além de proporcionar a prática do esporte que tanto ama, possibilitou conhecer pessoas e fazer novas amizades.

“Só tenho ótimas recordações. Você sai daquele ambiente de trabalho para ter uma experiência com os colegas de maneira mais light, divertida. Uma troca de energia muito boa. Foi uma experiência que deixa muitas saudades”, ressalta Tereza Vidal.

De 1987 a 2013, quando se aposentou, Tereza participou de todas as edições dos Jogos da Fenae. Mesmo quando teve problemas de saúde – alergia ao cloro e produtos similares -, em 2000, não abandonou a competição. Para assegurar o condicionamento físico, corria, pedalava e fazia musculação, mas só caía na água nos dias de disputas. “Foi quase uma década sem treinar na piscina, mas consegui vencer provas e ganhar medalhas para Minas”, revela a nadadora.

Em 34 anos de existência, a trajetória dos Jogos da Fenae se mistura com a dos empregados da Caixa, superando crises econômicas, ameaças de privatização e ataques aos direitos dos trabalhadores. O evento superou todos os obstáculos e já vai para 14ª edição.

“Muita coisa mudou, desde as dificuldades iniciais de se realizar um encontro desse porte com caravanas sendo montadas, indo de ônibus em grandes distâncias, e dificuldades que tivemos com a própria administração da Caixa, que em alguns momentos foi mais colaborativa e em outros mais dificultadora, especialmente no aspecto de liberação dos empregados para participar dos jogos”, relata o diretor de Esportes e Cultura da Fenae, Carlos Alberto Oliveira Lima (Caco).

Para o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, incentivar a prática de esportes entre os empregados da Caixa como forma de promover qualidade de vida é um dos principais objetivos da entidade. “Os Jogos da Fenae têm sido fundamentais para ampliar o nível de participação dos atletas e integrá-los às ações das Apcefs em todo o país”, justifica.

Evolução – Maria Tereza e muitos dos atletas que viveram o início dos Jogos da Fenae, não imaginavam que ele viria a se tornar o maior evento esportivo entre bancários do país. A cada edição, a busca por melhorias na estrutura tem sido constante. A Fenae investiu em inovações e utilizou a tecnologia para se aproximar cada vez mais dos esportistas com a criação do aplicativo oficial do evento, em 2016.

Na edição seguinte, em São Paulo, a Fenae mais uma vez superou as expectativas dos atletas com a utilização do Pacaembu para cerimônia de abertura e encerramento com as disputas finais do futebol society livre e master, realizadas pela primeira vez em um estádio; montagem de uma cozinha com a estrutura de câmara frigorífica, com quatro ilhas para servir o almoço dos participantes do evento;  e o Espaço Viva Fenae/Apcef, área gigante montada para promover interação e momentos de lazer e relaxamento para todas as delegações.

Inclusão – Nessas mais de três décadas, quem acompanha os Jogos da Fenae testemunhou momentos de superação, de alegrias e de vitórias. Em Blumenau (2016), um dos momentos mais emocionantes foi a realização pela primeira vez de uma prova paralímpica na natação, passando a promover a inclusão no evento esportivo de empregados Caixa com algum tipo de deficiência.

Qualidade de vida e saúde – Se a estrutura dos Jogos evoluiu, o mesmo aconteceu também com os atletas. “Hoje, a gente vê colegas que fazem até índices quase profissionais”, argumenta Luiz Henrique Leal Silva, empregado da Caixa da agência Juazeiro, na Bahia. Há 32 anos no banco público, o atleta é um dos recordistas de participação: esteve presente em 11 edições.

Luiz Henrique, ou Lulinha da Bahia, como gosta de ser chamado pelos colegas que participam dos Jogos da Fenae, jogava futebol quase profissionalmente quando ingressou na Caixa, em junho de 1989. No mesmo ano, já participou da segunda edição do evento esportivo, realizada em Natal (RN).

“Os jogos foram se tornando mais competitivos e os colegas passaram a se dedicar mais aos esportes. Os Jogos da Fenae agregam valores, condicionamento físico e saúde mental”, avalia.

Para Luiz Henrique e Tereza Vidal, os Jogos da Fenae serviu de incentivo para outros colegas. “Quando a gente voltava com as premiações, os colegas vibravam com os nossos resultados e buscavam mudança de hábitos e melhorias na qualidade de vida”, argumenta Tereza.

Pandemia – A 14ª edição dos Jogos da Fenae estava programada para ocorrer em 2020. Devido à pandemia, sua realização foi suspensa, no intuito de preservar a saúde dos atletas das 27 delegações. “Estou torcendo para que a gente supere a pandemia o mais rápido possível e possamos viver toda a energia que o esporte nos proporciona na próxima edição dos Jogos”, destaca Djalma Rodrigues de Castro, empregado da Caixa e associado da Associação do Pessoal da Caixa do Ceará (Apcef/CE).

Ele é um dos talentos do atletismo revelados pelos Jogos da Fenae. Sua primeira participação foi em 2014, em Goiânia (GO). Apaixonado por corrida, especialmente as de longa distância, Djalma intensificou os treinos na modalidade e iniciou a participação em provas no Brasil e fora do país, a exemplo da maratona em Orlando (EUA) em 2017 e de Berlim (2019).

“A experiência da participação dos Jogos da Fenae é algo valoroso. São dias de muita interação entre colegas de todo o país, movidos por um sentimento em comum: o amor ao esporte. A cada participação a gente se sente mais desafiado a superar seus próprios limites”, diz o atleta.

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