A Caixa divulgou, na noite desta quarta-feira (26/11), suas demonstrações contábeis do terceiro trimestre, contendo os resultados consolidados do banco até setembro de 2025, com um lucro contábil consolidado de R$ 13,548 bilhões. Os números indicam um crescimento expressivo do lucro do banco, de 50,3% em relação ao acumulado até setembro de 2024. No terceiro trimestre, o lucro do banco foi de R$ 3,764 bilhões.

Este aumento de quase 50% no lucro neste período foi impulsionado por alguns fatores: a redução na provisão para créditos de liquidação duvidosa (despesa que caiu de 12,4 bi em setembro de 2024 para 10,6 bi em setembro de 2025), a redução na constituição de provisões (despesa que caiu de R$ 5,4 bi para R$ 2,8 bi), pelo aumento no resultado com controladas ou coligadas, resultado que alcançou R$ 2,6 bilhões até setembro deste ano, além dos eventos não recorrentes (follow-on da Caixa Seguridade, que gerou uma receita de 839 milhões, e o efeito da avaliação atuarial decorrente da alteração do estatuto do REG/REPLAN, que rendeu à Caixa cerca de R$ 900 milhões).

A redução na despesa com provisão para créditos de liquidação duvidosa ocorre mesmo em um momento de aumento na inadimplência da Caixa, que passou de 2,27% em setembro de 2024 para 3,01 em setembro de 2025. O aumento na inadimplência foi mais acentuado no crédito comercial (especialmente PJ) e no Agro. Este aumento na inadimplência também contribuiu para a redução do indicador de cobertura das provisões em relação ao crédito em atraso. Em relação às subsidiárias, destaca-se que, além do resultado de equivalência patrimonial, de cerca de 2,6 bi, registra-se também a receita consolidada de prestação de serviço recebida pela comercialização de produtos de seguridade, que somou R$ 1,942 bilhões até setembro de 2025.

O balanço da instituição também registra a redução da rede de atendimento, com uma diminuição do número de agências de 49 unidades em um ano. Nos últimos dois anos, a redução foi maior, com um fechamento de 164 unidades no período. Além disso, a quantidade de correspondentes, lotéricos e terminais de autoatendimento também diminuiu, reduzindo em 106, 805 e 1872, respectivamente, em relação à setembro de 2024. Já o número de empregados chegou a 84.354, 714 postos a mais que em setembro do ano passado.

Na atuação comercial, as demonstrações mostram que o banco perdeu clientes e contas corrente pessoa jurídica, evidenciando que a preocupação dos empregados que atuam no segmento está ancorada na realidade. Mesmo com este cenário adverso, estes colegas fizeram com que a Caixa obtivesse ligeiro avanço no market share do crédito PJ. Já no crédito PF e imobiliário, o banco sofreu uma retração em sua participação de mercado. Na captação, a Caixa aumentou sua fatia no mercado em todos os produtos, com exceção das LCAs e Fundos de Investimentos.

“Os resultados da Caixa são expressivos, e só foram obtidos graças à atuação de cada empregado. Porém, mesmo com todo este esforço, os empregados não sentem que recebem a justa valorização de seu trabalho. Um dos exemplos mais flagrantes desta situação é a insatisfação geral com as regras do Bônus Caixa, que contém distorções que penalizam quem trabalhou para construir o resultado global e que blinda o topo da pirâmide, que continua recebendo seus polpudos bônus, obtidos pelo esforço de quem atua na ponta. O balanço também é revelador em relação à situação preocupante do segmento de pessoa jurídica. Entregamos documentos à direção da Caixa expressando estas preocupações, e reivindicando que possamos estabelecer um diálogo construtivo para buscar as melhores soluções para os problemas sentidos pelos empregados”, avalia o diretor-presidente da APCEF/SP, Leonardo Quadros.

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