Vidas negras importam! O Dia Nacional da Consciência Negra surgiu em 20 de novembro de 1971, durante encontro de militantes negros em Porto Alegre (RS), em memória de Zumbi (1655-1695), herói da resistência contra a escravidão e representante maior da luta pela liberdade. Zumbi foi o principal líder do Quilombo dos Palmares, fundado em 1597 por escravizados foragidos de engenhos na Serra da Barriga, onde hoje é o estado do Alagoas.

Desde então, além de manter viva a memória de Zumbi, o Dia Nacional da Consciência Negra representa um marco na luta de uma vida toda contra o racismo no Brasil, ao mesmo tempo que denuncia o mito da democracia racial, a violência policial e a pobreza da população negra. Em 2011, por ato da então presidenta Dilma Rousseff (PT), a data foi oficializada como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Há também uma lei federal que torna obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira em escolas públicas.

Apesar desses avanços na legislação, os negros ainda são alvos de racismo, discriminação, preconceito e acentuadas desigualdades históricas. Mobilizada para garantir direitos e ampliação de liberdades, a população negra no país resiste com os olhos e o espírito voltados para a cosmovisão africana, ocupando as ruas contra o racismo estrutural genocida, que mata antes mesmo da bala chegar ao corpo.

Nocivo à democracia social e econômica no país, o racismo está presente em todos os cenários da vida nacional, com discriminação, inclusive, no mercado de trabalho. Cerceia a liberdade da população negra, não permite o acesso dos negros às políticas públicas e promove a violência racial desde cedo. No Brasil, a população negra é a mais afetada pelas altas taxas de mortalidade por Covid-19.

É fato que o racismo estrutura as relações de desigualdade no Brasil e a população negra é vítima preferencial do caos social e sanitário, sendo a que mais sofre com as doenças, o desemprego, a violência, a fome e a discriminação.

Fenae: apoio à luta da comunidade negra


Existe uma dívida histórica do país para com a população negra. A Fenae aproveita o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, para reafirmar uma postura antirracista, seja nas negociações com a Caixa Econômica Federal ou na sua atuação cidadã, nas ruas e nas redes.

Com isso faz coro às vozes que denunciam o extermínio da juventude negra e defendem a vida das mulheres negras. O movimento é permanente em defesa do território quilombola e da cultura de matriz africana, contra o machismo e a LGBTfobia. Essa luta busca uma sociedade sem racismo e verdadeiramente democrática, com a construção no Brasil de uma nação multirracial, resultado de muitas mãos, muitas lutas e muitas histórias.
 

Diretoria da Fenae

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