O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região ingressou com ação na 57º Vara da Justiça do Trabalho para cobrar da Caixa o pagamento correto da PLR Social.

A direção do banco público distribuiu aos seus empregados apenas 3% do lucro líquido contábil do banco relativo a 2020, ao invés de 4%, como determina o Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre os representantes do banco e dos trabalhadores. Essa parte da PLR tem a finalidade de reconhecer o papel social do trabalho dos empregados.

“Justamente quando o trabalho da Caixa e dos seus empregados se mostrou essencial para todo o povo brasileiro, por meio do pagamento do auxílio emergencial, a direção do banco decidiu desrespeitar o Acordo Coletivo de Trabalho e pagar uma fatia menor do lucro do banco aos seus empregados. Somente uma direção completamente descolada da realidade poderia não reconhecer este trabalho e deixar de fazer corretamente o pagamento da PLR Social neste momento”, afirma Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e empregado da Caixa.

O pagamento do auxílio emergencial adotado pelo governo federal – após pressão da oposição no Congresso Nacional – para conter os efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus beneficiou 67,9 milhões de brasileiros com R$ 293,1 bilhões em 2020.

“Fizemos a maior ação social do país durante a pandemia, mas o governo e o senhor Pedro Guimarães nos negam o pagamento integral da PLR Social, que é um reconhecimento por este trabalho, pela primeira vez desde que foi conquistada, em 2010, como atesta em parecer dos economistas do Dieese e como a própria direção do banco, mais de uma vez, reconheceu, ao tentar justificar este calote por meio de diversos subterfúgios”, afirma Dionísio.

A inexistência de mais contratações, o aprofundamento do processo de privatização da Caixa por meio da venda das suas operações, e a falta de empenho da direção do banco para cobrar do governo federal a inclusão dos bancários no Plano Nacional de Imunização somam-se ao pagamento incorreto da PLR Social na lista de motivos que levaram os trabalhadores da Caixa a paralisarem as atividades no dia 27 de abril e a permanecerem em estado de greve.

Além disto, a atual direção tem recorrido contra as contratações de mais empregados, mesmo após o movimento sindical ter vencido na Justiça ação neste sentido. “Este cenário fez com que os empregados paralisassem em peso o trabalho no país em 27 de abril. Em São Paulo, a atividade foi muito forte, e a pressão do movimento sindical conseguiu que a direção do banco recuasse no intento de descontar três dias por conta da mobilização, e tenha descontado só um dia de trabalho”, enfatiza Dionísio.

“Junto com a mobilização dos trabalhadores e da pressão do movimento sindical na mesa de negociação, está na estratégia a realização de audiências públicas, inclusive com a participação de concursados, pelas contratações, atividades de rua, projetos de lei e pressão sobre o Executivo pela inclusão da categoria na vacinação prioritária, além de recorrer à Justiça para impedir o desconto dos trabalhadores e garantir o correto pagamento da PLR Social”, finaliza o dirigente.

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