Cerca de 30 estudantes de duas escolas públicas da periferia de Recife que fazem parte do projeto Horta Comunitária Orgânica, da parceria da Fenae/Apcef-PE com a ONG Moradia e Cidadania, já puseram a mão no campo e estão em crescente envolvimento com o terreno e interações entre eles. Criatividade e interesse dessa turma não têm faltado na ação socioambiental realizada a partir de doações dos empregados da Caixa. 

Crianças e adolescentes, dos 6 aos 16 anos, vêm sendo despertados para conhecer a qualidade do solo, as polinizadoras, o combate às pragas, entre outras ações que os ajudarão a cultivar uma horta e a aproveitarem as possibilidades geradas, com vistas à segurança alimentar de seus núcleos familiares.

A Horta Comunitária Orgânica está instalada em uma área da Fundação Centro de Educação e Comunicação Social do Nordeste (Cecosne), parceira pertencente ao Grupo Dorotéia. O projeto foi escolhido por meio do edital selecionado pela Fenae com a Apcef/PE a partir da proposição da Moradia e Cidadania. 

“Além de atender diretamente a essas crianças de Recife com o aprendizado e com o que se alcança a partir do cultivo de uma horta, a ação socioambiental vai mostrar a atuação dos empregados da Caixa na transformação da vida de pessoas em vulnerabilidade social”, observa o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.

Por meio de oficinas temáticas, a ideia é que as crianças e adolescentes atendidos sejam capazes de assimilar as técnicas e o manejo com a terra, a fim de cultivarem hortaliças orgânicas onde estão aprendendo e atuem, depois, como multiplicadoras desse aprendizado em suas casas. Muitos dos estudantes são de famílias extensas e terão diversas vantagens a partir da horta comunitária.

Marconi Apolo Dutra Araujo, presidente da Apcef de Pernambuco, qualifica o projeto como uma ação cidadã. “Fizemos questão de estar juntos com a ONG dos colegas empregados da Caixa nesse projeto da horta para a comunidade do entorno da Apcef/PE. O olhar para fora apresenta um novo componente, que é aquele que se preocupa com a sociedade. Nada melhor do que atuar para a comunidade, como uma demonstração de que não somos apenas empregados de um banco. Nossa preocupação também é de extensão social. Esse é nosso lado cidadão”, explica. 

A empregada da Caixa, Selda Cabral, e responsável pela ONG Moradia e Cidadania em Pernambuco, diz que as crianças e adolescentes das comunidades carentes do Cardoso, Beira Tio e Mangueira Torre contam com a monitoria e o acompanhamento dos alunos dos cursos de Ciências Biológicas, Nutrição e Gestão Ambiental nos dias das oficinas do projeto. 

“Agradecemos a parceria da Fenae e Apcef/PE pela oportunidade de realizarmos o projeto horta comunitária. Nesta parceria também temos as instituições Fafire e Fundação Cecosne que tem disponibilizados os alunos para monitoria e acompanhamento dos beneficiários nas oficinas. Essas ações têm contribuído para qualificação e educação dessas crianças para um futuro melhor”, informa Selda Cabral.

Das oficinas às comunidades

O resultado dos encontros pedagógicos e lúdicos, dos materiais de ensino, das aulas presenciais e a exibição de vídeos, segundo Paulo Valfredo Mesquita de Souza, responsável técnico pela gestão do projeto em Pernambuco, pode ser visto nas maquetes produzidas pelas crianças adolescentes, que logo em breve serão reproduzidas na horta. 

Já na fase inicial, diz Valfredo, os estudantes exibiram muita criatividade na aplicação de materiais recicláveis, na montagem de canteiros e com as ideias para a manutenção de sementeiras. “Enquanto os insumos e as ferramentas da horta estavam por chegar para o plantio, as turmas se dedicaram à montagem das gavetas e caixotes, à reciclagem dos botijões de água mineral, usaram garrafas pet e trabalharam na pintura com suas cores favoritas”, conta Paulo Valfredo. 

No desenvolvimento do projeto, os estudantes aprenderão a fazer canteiro de contenção e hortas suspensas. As hortas Verticais vão ocupar cerca de três paredes. As meninas e meninos terão lições para o transplante das mudas para os canteiros, e vão saber a respeito da colheita. 
“O importante é que os estudantes vão aprender que poderão reproduzir uma horta nos espaços que possuam em casa, que geralmente são muito restritos. Eles poderão melhorar a qualidade de vida, ter uma ocupação do tempo ocioso entre outras melhorias na convivência”, observa Paulo Valfredo.

A maioria das pessoas atendidas reside nas ZEIS do Recife (Zonas Especiais de Interesse Social – assentamentos) com média da renda familiar menor do que um salário-mínimo.  

A parceria Fenae e ONG Moradia e Cidadania

Com o objetivo de promover ações de desenvolvimento sustentável em comunidades carentes nas proximidades das Associações do Pessoal da Caixa (Apcefs), a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) firmou uma parceria com a ONG Moradia e Cidadania dos Empregados da Caixa.

No total 12 projetos foram selecionados em todo o país para receberem recursos da Fenae, por meio do Instituto Fenae Transforma. Foram quatro na área de educação e oito de hortas comunitárias nos estados do Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
A atuação das duas entidades visando reduzir a desigualdade social também foi ressaltada pelo presidente da Moradia e Cidadania.

 

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